terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Interferência Disfuncional

Para começar a ler ao fanzine Interferência Disfuncional clique no primeiro capítulo logo ali em baixo, lembre-se que a leitura é no sentido oriental da esquerda para a direita. 


É tão difícil dizer por onde comecei, qual foi o meu primeiro passo, a lembrança mais forte que tenho de interferência é sentado no restaurante que minha mãe tinha em Caraguatatuba, como sempre apenas queria fazer um novo fanzine, com uma história totalmente diferente do que já tinha feito, então me veio a cabeça uma 3°guerra mundial, causada por uma interferência nos aparelhos de comunicação, incrível como esse simples fato fez abrir a minha mente para milhares de idéias, mas de fato tinha que ser algo aceitável, não somente para o leitor, mas principalmente para mim, foi quando um arrepio nas costas aconteceu por uma imagem que havia passado na minha cabeça, já noite, uma televisão ligada, um cara assistindo a um programa de TV e de-repente uma pessoa passava em frente a televisão e desaparecia ao sair da luz que a TV refletia.
Uma vez minha mãe me disse que minhas histórias eram muito complicadas, e na verdade são cheias de conflitos e dramas, questões de relacionamentos e a procura pela felicidade. Meus personagens mais foda na minha opinião são aqueles em que eu coloco o EU dentro deles, coisas que eu sinto transmitidas com outros significados, mas o contexto do drama é praticamente minha vida nas histórias.
O segundo passo foi criar os personagens, os que abririam a porta para essa fantasia, e foi com a capa de um filme que eu ainda nem tinha assistido que tudo cresceu tomando forma e conteúdo. O filme se chama Keith, aqui no Brasil ele carrega o nome de Aprendendo a viver, nada do que tinha como roteiro no filme me influenciou, tenho mania até hoje de comprar filmes apenas pelo senário e figurino dos personagens, sem tirar nenhuma sena, conseguiria colocar outro filme sobre eles, esse filme ainda é belo, uma grande história de amar de praticamente duas crianças, mas o que mais me chamou atenção foi o comportamento de cada cena e expressões que coloquei em Sadamoto e Nana.
Sadamoto e Nana já tiveram outros nomes ao decorrer da história, com o tempo até a própria história tomou outros rumos, acontece com qualquer um na falta de planejamento, eu ainda não tinha aquela noção necessária para criar um roteiro, então antes disso muitas folhas de papel foram jogadas fora e muito desanimo, as idéias uma hora se cansa de bater na porta, e você já está tão acostumado a pensar na história que ela vai perdendo a cor, mas não seria isso, é apenas você que viu tanto uma determinada cena e que não se empolga mais com o que vai rever e rever. 
Roteirista são assim mesmo, tudo que a gente vê mais de uma vez acaba se desgastando, e o principal artefato é não deixar a sua ideia perder aquela chama em você, como já disse ou algo parecido em outras postagens no blog com por exemplo Robo Alt 7 temos de manter a chama acesa pois a ideia continua boa, somente você que se cansou. E assim, tenho de Interferência Disfuncional uma pasta com desenhos da história que nem cheguei a contornar a nanquim, a história tomava outro rumo toda vez que eu queria continuar e terminar, é um pouco engraçado, mas já conto por que isso aconteceu, somente gostaria que soubessem que Sadamoto já foi Miamoto Akamatsu, soldado rebaixado do exercito que sonhava em voltar para o exercito e continuar seu sonho que sempre foi ser soldado. ¬¬. Fora ele ter que levar para Tókio a televisão que ele encontrou a mando de Deus pai. ¬¬. Sem noção.
A verdadeira busca de Sadamoto sempre foi reencontrar seu filho que morreu, a busca por uma televisão fazia dele uma cara chato e depressivo, um cara que não aceitava a morte e culpava a vida por sentir a dor da perda. Não é novidade o escritor se aprofundar na fantasia para trazer situações que provam que a sua tese é verdadeira mesmo sendo uma fantasia, e eu fazia isso até chegarmos no fim do primeiro fanzine e meu irmão falecer num acidente de carro. Continuar era quase que uma ofensa pois sabia que tudo não passava de uma mentira, percebi o quão ofensor estava sendo para as pessoas que já perderam um ente querido. A ideia era legal mas passava a ser depois desse fato uma tragedia, como eu ia criar forças para um cara rever seu filho enquanto a minha realidade mostrava que essas coisas não existem, e tudo se misturou, tudo ficou mais confuso, e deixei Interferência guardado na gaveta. Se passaram alguns anos e toda vez que folheava o fanzine inacabado me perguntava como teria sido se tivesse continuado. Me perguntava quem era Sadamoto de verdade, quem era Nana e seu vírus para ter asas feito um anjo. Para ser sincero essas respostas eu ainda não tenho, o universo de Interferência é realmente complexo, criei algo que somente o tempo dirá quem são eles. Talvez escreva um livro, ainda ficou muita coisa pendente dentro de mim.







Queria falar sobre essa capa em baixo, conheci o anime Furi-kuri nessa época, comprei uma revista de anime e mangá no sebo da cidade e praticamente me deslumbrei somente com o Design, era uma foto pequenina e uma matéria minúscula, eu fiquei tão apaixonado sem almenos saber se era bom que hoje tenho até os mangás original japonês. FLCL como é conhecido em outros lugares é lindo, perfeito e muito engraçado. Na verdade não estaria prestando uma homenagem a serie, somente queria ter uma capa com essas poses e cores que retrata no desenho. Ele é lindo e é o desenho que eu mais gosto quando revejo os inúmeros papeis de parede que exite no Google.


Desenhar é inventar? não somente, copiar é a única maneira de aprender a desenhar. Eu não tenho medo de copiar, sei que estou criando algo meu com coisas dos outros, esse desenho abaixo era uma banda japonesa e todos eram meninos, copiar faz parte da sua criatividade. És criativo? Então fica a minha dica, sabe porque adoro comprar filmes sem nenhum interesse de assisti-los, somente curto o senário e o figurino, para criar o meu mundo, foi assim em Interferência, muitas cenas são de diversos filmes pausados no computador. Não faço ideia de que filmes são, mas claro que não é bom colocar um carinha e uma garota de braços abertos no bico de um navio. ^ ^


Fico por aqui e espero que gostem desse fanzine, se já o leram, deixe um comentário, e que seja construtivo, um fanzineiro imaturo não precisa de criticas mas somente de incentivos. O mundo fica mais bonito quando as pessoas reconhecem os esforços dos outros. 




Dedico essa história a Tiago Dispósito de Lacerda. Ele é a pessoa que mais odeio, foi embora antes de deixar eu dizer o que aprendi. _Eu amo você.